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Consciência negra: a necessidade de uma educação anti racista

Montessori

Hoje,  20 de Novembro, celebramos o Dia da Consciência Negra. Muitos enxergam a data apenas como um feriado, outros como um momento de celebração da cultura, e alguns acreditam que seja um dia dedicado apenas aos negros e afrodescendentes. O que é preciso deixar claro, para todos, é que o Dia da Consciência negra não apenas é importante, mas também é fundamental e necessário. E longe de ser uma data importante apenas para os descendentes dos africanos que ajudaram a construir o Brasil, é um dia no qual todos deveriam refletir sobre a identidade do brasileiro e a busca pela igualdade em um país no qual a diversidade é tão marcante. 

Afinal, por que precisamos do Dia da Consciência Negra? E qual é o papel da educação nesse contexto? A primeira pergunta tem muitas respostas. A primeira delas, a mais clara, é que precisamos desse dia para seguir na luta contra o racismo, que existe de forma evidente, mesmo em uma sociedade multicultural e diversa como a brasileira, na qual não deveria haver espaço para discriminação. Mas a importância da consciência negra também passa pela busca da própria identidade. Somos o maior país negro fora da África, e herdamos dos muitos povos que a habitam grande parte do que faz de nós o que somos. Reconhecer que há muito da África e dos africanos em nós mesmos é resgatar nossa identidade singular, de povo e nação únicos no mundo. 

Devemos nos reconhecer como herdeiros de nossos antepassados, e assumir que todos nós, brasileiros negros, brancos e mestiços - a imensa maioria - devemos muito à herança africana que recebemos na forma de uma cultura rica e vibrante. O que nos leva à segunda pergunta, acerca do papel da educação na busca pela igualdade.

Apesar de tudo o que temos da África em nossa identidade, por muito tempo a negritude foi vista em nossa sociedade como um traço negativo, a ser apagado. Como consequência, tivemos um alto custo para gerações e gerações de afrodescendentes, que tiveram sua identidade colocada em segundo plano, e até os dias de hoje enfrentam problemas por conta desse apagamento sócio cultural. Há um abismo entre brancos e negros em nosso país, e ele foi escavado por meio do preconceito, que um dia foi considerado justificável pela ciência, e ensinado nos bancos escolares como algo natural. 

É certo que isso ocorreu no passado, mas esse tipo de pensamento é capaz de criar raízes profundas. Assim, o papel do educador consciente, comprometido com o futuro da sociedade da qual faz parte, é desenraizar os preconceitos, e trabalhar por uma educação inclusiva, que seja adequada a nossa realidade: plural e diversa.

Só podemos combater o que foi ensinado de forma equivocada ensinando do modo correto. Crianças não nascem preconceituosas. Ao contrário, seus corações e mentes lidam de forma muito tranquila com a diversidade, e geralmente os pequenos enxergam a diferença como algo secundário. Ela não os impede de conviver e estabelecer laços de amizade com outras crianças, seja qual for sua etnia ou a cor de sua pele. Nesse aspecto, é bom que se diga que aprendemos muito ao ensiná-las. E que nosso compromisso deve ser o de não permitir que seu entendimento, tão puro e tão natural, lhes seja retirado. 

Para tanto, em primeiro lugar precisamos reconhecer que o racismo existe, e que ele é um problema que precisa urgentemente ser resolvido. Não importa o quanto oferecermos conteúdos relativos à história das lutas negras, à matriz africana ou à cultura afro. Nunca será o suficiente se não estivermos comprometidos com o combate ao racismo em todo contexto educacional, desde o conteúdo até a gestão democrática do espaço escolar, buscando respeitar diferenças culturais, desenvolvendo relações interpessoais horizontais e acima de tudo, fazendo da escola um ambiente acolhedor para todos os que estão nela, seja qual for sua origem ou a cor de sua pele. 

 

É preciso evidenciar a diferença como algo positivo, natural, e que deve ser um estímulo ao convívio, jamais à segregação. Devemos trazer à escola as questões da sociedade, estimulando nossos alunos a refletirem sobre elas, e por meio de uma análise humana e racional, desconstruir o preconceito, combater o racismo e apresentar às crianças formas de convívio que busquem a integração, e não a separação. 

 

O mundo que queremos é um lugar no qual as oportunidades são para todos, onde direitos sejam respeitados e as pessoas possam ser julgadas com base em suas ações, sempre com empatia e compreensão. Esse mundo, infelizmente, não é uma realidade para nós. Mas pode ser para nossos filhos e netos, que herdarão o futuro. Para que este sonho se realize, é preciso que cada criança seja educada para ver a diversidade como algo positivo e necessário. É preciso que ensinemos a cada uma delas que a matriz africana que permeia a brasilidade é um motivo de orgulho. 

 

E acima de tudo, é preciso ensiná-las a que é o amor, e não o ódio, o grande motor da humanidade. O amor, a empatia, a compreensão e o respeito mútuo são as únicas ferramentas possíveis para combater o racismo. Por isso, mais que uma celebração, o dia de hoje deve ser dedicado à reflexão. Que cada um de nós possa perceber a si mesmo e ao outro como partes do todo, diferentes, plurais e únicos, mas iguais em importância e direitos. 

 

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