Diagnóstico realizado pelo Criança e Natureza mostrou que, nas cidades brasileiras, 40% das crianças passa uma hora ou menos brincando ao ar livre – a vasta maioria gasta 90% do tempo em ambientes fechados.
O contato com os quatro elementos, terra, água, ar e fogo, são absorvidos como forças e formam a criança. As vivências na natureza, momentos em que pode andar descalça, sentir o chão, a terra, mexer na água, sentir as diferentes texturas de forma natural são impressas na memória cerebral das crianças.
Como um grande órgão sensorial, a criança vive também para fora do seu corpo, ela percebe e vivencia o ambiente como uma extensão de si mesma. É por este motivo que ela tem empatia com tudo o que se encontra no ambiente, sejam seres humanos, uma formiga, as plantas, pedras, brinquedos, etc…Para a criança tudo tem vida e é extensão dela mesma. Alimentar os sentidos da criança com formas e substancias primitivas, com materiais naturais e vivos, que florescem, frutificam, deixando-a brincar livre em espaço amplo, aberto, ensolarado, é garantia de alegria, amor e saúde.
(http://www.educandotudomuda.com.br/brincando-com-os-quatro-elementos-da-natureza/)
Brincar na terra desenvolve a capacidade cognitiva da criança. As crianças aprendem brincando, e na terra elas experimentam diversas texturas, aprimoram a sua criatividade, habilidade corporal e concentração. Elas estão descobrindo do que são capazes e testando seus limites. Na natureza não é preciso muito para brincar, um galho vira um avião, outra hora uma begala, uma folha uma hora é anel, outra um barco. Diferente dos brinquedos prontos, a natureza dá possibilidade de criação. A imaginação não há limites, pois a função primordial da criança é criar e explorar. A natureza é ferramenta pedagógica, nesse contato todo o potencial da criança se abre para o conhecimento.
“A terra é a base da vida material e a relação da criança com esse universo cria um senso de identidade com seu corpo, que tem tanto o atrito, a dureza da pedra como o aconchego, o acolhimento das areias e do barro”, explica. Entre os brinquedos que representam o universo do chão, estão bonecas de ossos e pedras, boizinhos de barro, miniaturas e brincadeiras de casinha, que caracterizam, na produção material, gestual e narrativa da infância, a investigação da matéria e as operações da imaginação no forjar a elaboração e o enraizamento dos papéis sociais na casa, na família e no mundo."
(pesquisador e artista Gandhy Piorski)
O mesmo se refere aos materiais que são disponibilizados para a livre criação, ao brincar desestruturados. Uma caixa de papelão pode dar asas à imaginação. A criança vê nela a possibilidade de construir vários minimundos. A caixa pode se tornar um carro, um castelo, uma cabana, um foguete. Tais materiais possibilitam experimentos artísticos, compartilham o espaço e as brincadeiras entre as crianças ampliando o universo cultural e vivencial, instigando a curiosidade e a socialização.
